06 maio 2014

Inquietação


  Se existe algo que eu nunca imaginaria pensar é que eu mudaria de tal forma. E os pensamentos ecoam na minha mente com tanta frequência que me fazem perder o fio da meada da vida. Preciso me conter. O que eu tenho hoje me faz feliz, não plena. Mas o que eu posso ter me fará plena e não feliz. Parece contraditório e impossível, quisera eu que fosse. Já desisti de apartar a minha tortura mental, apagar a linha tênue entre o querer e o poder. Mas sonhar não é pecado, é? Mas quando eu sonho, transpareço. Dá vontade de perder as chaves do quarto e a mim, em pensamentos que soariam como uma miragem, diante à tanto marasmo. E qual seria a solução? Se me proíbo de imaginar, tormento. Se penso, não consigo parar e me culpo. Qual é o segredo para o equilíbrio mental? Antes tão banal, agora uma agulha no palheiro. Sentir-se ameaçada por seus próprios pensamentos e vontades quando eles são completamente fora do comum, do seu comum, é torturante e ao mesmo tempo inspira autoafirmação. Sinto que eu, na iminência do erro, estou prestes a tomar a decisão mais certa. Irônico, porém claro. Sou ou não um poço de confusões? Mas e se não fosse, ainda seria eu?

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